Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Amigos

m%C3%A3os.jpgus-as.jpg

Desde miúda que sempre adorei pessoas! Conviver com elas, falar para elas, abraços e beijinhos. Estar de férias sempre foi horroroso. Contava todos os dias quanto tempo faltava para voltar à escola. Voltar a estar com os amigos. Voltar a ter livros novos, uma mochila nova e poder partilhar tudo isso com os colegas da turma. Falar com eles. Sempre adorei falar.

Todas as etapas da escola deixaram grandes amigos. Não te esqueças de ligar. Vamos sempre falando. Mais tarde, já na faculdade, e após muitas lágrimas de despedida de 4 anos de amizade forte, de convívio, de alegrias e tristezas, de sonhos, de projectos e desilusões, de trabalhos e testes, todos afirmávamos que não nos íamos afastar. Que marcaríamos jantares, cafés. Que mandávamos mail e mensagem. Que ligaríamos! Afinal, ligar está apenas à distância de um pequeno botão de chamada. Não foi assim.

 

Primeiro emprego. Novos amigos, novas promessas. Estamos tão próximos, podemos almoçar várias vezes, vamos conversando, não vamos permitir que a suposta ausência de tempo nos afaste. E assim foi, durante mais 2 anos. Acaba por ser inevitável. Cada pessoa segue o seu caminho. Tem as suas rotinas. Casa, Trabalho, casa. Os momentos que sobram acabam por ser divididos com os que estão mais próximos, e o amanhã ligo-lhe de certeza fica para para outro dia qualquer num futuro próximo que não o amanhã. Contra mim falo! Mesmo assim, sempre que me lembro desta ausência de amizade próxima, pego no telemóvel e ligo a alguém. A alguém que me marcou com amizade forte. Alguém de quem sinto falta e que apenas desejo saber se está bem. Se está feliz.

Confesso que por vezes fico ferida quando penso que ninguém se lembra de mim, se não tinham tido a iniciativa de me ligar. E acabo por não iniciar a chamada. Penso que afinal ninguém gostava de mim tanto como diziam, pois se fosse esse o caso já me teriam ligado. Para um almoço ou jantar. Para um café ou cinema. Ou simplesmente para me ouvir. Mesmo assim, há sempre amigos que ficam cá dentro. Quer liguem ou não. Quer se lembrem de mim ou não. Não que outros não fiquem, ou que não me lembre deles, mas estes tornam um sentimento de saudade mais forte. Mais agonizante. Que impele para estarmos sempre com eles. Vão aparecendo por fases.

 

Da primária, a A.M. que apesar de não nos vermos todos os dias, de termos escolhidos caminhos diferentes desde o ciclo sempre sentimos uma amizade muito forte que nos uniu até aos dias de hoje. O ciclo acaba por ser uma continuação da primária, mas à qual juntei uma pérola, a minha linda dos caracóis perfeitos. Que me acompanhou sempre nos momentos importantes, passando pela secundária, na faculdade, até hoje. Que apesar de uns momentos tolos de ausência de convivência, sempre soubemos que estaríamos ali as duas, para o que fosse preciso. Para o ombro amigo, para a mensagem de desabafo, para o email das novidades.

Da faculdade trouxe várias pessoas no coração. O A. com todo o seu cavalheirismo, a sua amizade sem pedir retorno, a sua simplicidade e inteligência. Os copos de água que bebíamos nas pausas de trabalho na D. que serviam para arejar a cabeça, e para nos confortar naquela maratonas de horas de trabalho. A L e o R. amigos de companheiros de passagem de ano. A A. e a R. com quem dividi apontamentos, testes trocados no momento dos exames para comparar resultados, máquinas de calcular com anotações, folhas de rascunho com respostas.

Do trabalho trouxe a segunda pérola, que fiz questão de juntar ao A. - a minha F. parecida com a Barbie, com direito a carro e até ao Ken. Foi ela a amiga dos momentos difíceis dentro da empresa (porque sempre os há), dos chocolates quentes, da hora da maçã. Dali também trouxe a F. e a M. que partilhavam o cafezito da manhã, do almoço, do meio da tarde e até da noite. E por fim,  S. e o JP que surgiram agregados ao factor trabalho e ao factor Angola e que rapidamente se tornaram nos amigos das "jogatanas" de fim-de-semana.

Felizmente vamos conhecendo pessoas, ao longo desta estrada perdida, por meros acasos. Foi assim que  conheci a minha mais recente e grande amiga que me atura todos os dias do outro lado do monitor. Porque tenho saudades dos amigos e às vezes me sinto sozinha. Que me faz sentir orgulhosa em determinados momentos. Que me chama sempre que precisa de desabafar e onde eu sei que posso atracar o meu barco nos momentos de vendaval. A querida M.que vive tão longe, mas que está sempre tão perto!

 

Tenho saudades deles todos. De conversar com eles. De debater assuntos importantes ou totalmente fúteis. De rir e chorar. De pensar ou simplesmente tagarelar. De os ouvir. De os ver. De saber novidades sobre eles. Se estão felizes. Porque as saudades são isto mesmo. Necessidades que temos de conviver com os amigos.

 

10 comentários

Comentar post