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Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Lille - cidade má!!

 

 

Não sabia, mas após a curiosidade que me foi implantada contra vontade, agora sei. Que Lille é uma cidade no norte de França, capital da Flandres francesa. Que fica situada perto da fronteira com a Bélgica e do Canal da Mancha. Que  se encontra a 58 minutos de Paris via TGV. Que a temperatura de inverno varia entre os 1ºC e os 6ºC e que entre Novembro e Maio existem 60 dias de geadas matinais. Que é uma cidade simpática. Que também é um grande ponto de interesse turístico. Que tudo isto eu descobri na Wikipédia desde o dia de ontem. E que este súbito interesse por esta cidadela francesa se deve a um "factor" importante de equilíbrio pessoal. E que desde ontem, para mim se tornou uma cidade má, como tantas outras que me têm colocado à prova durante estes últimos 7 anos.


E isto porque Lille - outra cidade de luz e cor como Paris - me "raptou" o príncipe por mais 4 dias, com apenas 2 mesitos de casada....Cidade muito má!!

Ginásio

Nunca fui alguém com curvas excepcionais, nada de corpos elegantes e maravilhosos, nem bumbuns de fazer voltar a cabeça!!

Apesar de tudo isso, nunca fui muito amiga de ginásios. Primeiro porque não havia nenhum na terrinha, e depois porque a vida dos papás não permitia que me desse a esse "luxo". Sim, sei que estão a pensar - que tal uns tenis e uma roupa de desporto e dar umas corridinhas? Mas dado a minha falta de empatia para com o esforço físico, poderia arranjar-vos mil e uma desculpas para não o fazer. Ora porque saía muito cedo de casa para a escola e chegava tardíssimo; ora porque depois de chegar havia sempre trabalhos para fazer, matéria para estudar; ora porque ao fim-de-semana tinha que ajudar a mãe nas tarefas de casa; ora porque como sou asmática ando mais vezes doente, factor que me leva a ter dificuldades em respirar e ir correr implicaria esforço pulmunar adicional. Muitas delas acabam por ser desculpa de ocasião, mas tais pareciam-me suficientes para justificar a minha "preguiça física". Bastavam-me as aulas de educação física da escola. Corria o suficiente para ir ao corta-mato de competição (e não só o de participação) e o esforço que fazia garantia-me um lugar sempre acima do último, mas sempre abaixo do meio da classificação. Sentía-me feliz com o desemprenho, pois apenas treinava durante as aulas.

Veio o acidente no 12º ano, e desde aí nunca mais fiz qualquer tipo de ginástica. "V., olhe que a natação fazia-lhe muito bem, tanto à asma como à coluna" eram palavras que a médica de família sempre me dizia, mas que sucessivamente entravam por um ouvido e saíam pelo outro.

Quando começei a trabalhar na D. adicionei uma nova desculpa ao meu rol de justificações anti-ginásio: só tenho hora de entrada, não tenho hora de saída, tenho quase sempre trabalho ao fim-de-semana e feriados praticamente não existem - "Mas há pessoas que vão logo cedo ao ginásio, também podias ir" - pois, mas tenho renda para pagar, não sobra muito para o ginásio, pode aparecer alguma urgência,etc. Havia sempre outro argumento contra que surgia.

 

O ano passado mentalizei-me: vou treinar! Inscrevi-me no Vivafit. Como estava tão decidida a manter-me lá fiz a inscrição para um ano (sim, um ano). Pura loucura para quem, como eu, tenha uma certa tendência para fobia a ginásios. Inicialmente correu bem. Tentava ir sempre 3 a 4 vezes por semana. Meia hora de exercícios acabava por não me esgotar muito, e fui levando a àgua ao meu moínho.

Dado que onde trabalho a época de natal è exasperante, no final de novembro já não consegui ir com regularidade ao ginásio, e em Dezembro não coloquei lá os pés. Tinham passado 2 meses desde que me tinha inscrito. Passou o natal, o carnaval, a páscoa.. todas as desculpas tinham voltado novamente, assim como também a falta de vontade para me deslocar ao dito.

Assim passou um ano.. O mês passado convenci-me: preciso de me mexer, pela coluna, pela asma, pela saúde física e estética.

Escolhi um ginásio que fica praticamente de caminho. Apenas uma rua o separa da avenida principal, o que acaba por me limitar mais uma desculpa - fica fora de rota. Está aberto até ás 21h45 o que me permite mais flexibilidade de horário.

Claro que sei que, em caso de preguiça vou conseguir encontrar qualquer outro argumento que me pareça suficientemente credível.

Mas hoje à tarde vou passar lá.. não vou deixar que estes pensamentos "humm, em casa no sofá estas tão bem" ou "já é tarde, agora ia bem era para casa" sejam superiores ao dever... Tenho o saco no carro, a garrafa de àgua, a toalha e os tenis.. E lá vou, cheia de convicção de que vai ser um bom treino, no ginásio novo.

Quentes e boas!

Hoje è noite de S. Martinho. É noite de juntarmo-nos à lareira, família e amigos, assarmos castanhas e provar o vinho doce.

Já passaram alguns anos desde que ouvi pela primeira vez na rua Augusta, na Baixa de Lisboa, alguém a apregoar: "Quem quer quentes e boas.. quentes e boas quem quer?" Ainda faltavam uns quantos dias para o S. Martinho, mas os vendedores ambulantes tentavam cativar todos os que ali passavam.

Aquele cheiro apetitoso tornava difícil ignorar que mesmo junto a nós se encontrava um assador de castanhas saborosas.

Sempre consegui contornar a tentação de comprar ali na baixa, um cartucho com 12 castanhas, feito de folhas das listas telefónicas ou até mesmo dos jornais. Convencia-me sempre - estás com pressa, vais perder o barco - de que era melhor não as comprar - mais uns centímetros de larguras se comeres sempre castanhas - mas tal tarefa não era fácil. Principalmente quando chegava ao cais do barco e o relógio, do alto da sua imponência me mostrava - vai lá, ainda tens 20 minutos para te deliciares.

Assim era, voltava à entrada dos barcos no Terreiro do Paço: "Queria um cartucho por favor!" , "Claro menina, quentinhas e boas, como se quer".


Hoje não vou ao Terreiro do Paço, mas vou comprar umas castanhas e assadas ou cozidas com erva doce, com ou sem água pé têm é que estar quentes e boas, tal como se quer!


Uma boa noite de S. Martinho para todos e aproveitem, pois - Verão de S. Martinho, são 3 dias e mais um bocadinho!