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Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Inspectores

 

Nunca gostei muito de inspectores, sejam eles de qualquer tipo.. Porque na realidade eles são todos do mesmo tipo..entram-nos pela porta sem pedirem licença. Com ar arrogante apresentam-se como: "somos os inspectores". Muitos deles nem sequer mencionam o seu nome, afinal esse pequeno (grande) pormenor não é importante quando o que está em causa è uma inspecção de cima a baixo!

É recorrente nas notícias ouvirmos falar deles. Que entraram nas cozinhas dos restaurantes e as fecharam, que entraram em pastelarias e aplicaram multas impensáveis. Que prenderam gerentes daqui e dali, que visitaram feiras e levaram com eles todos os produtos ilegais. Entram, desmontam, vasculham, invadem, multam e fecham, conforme as condições que presenciam, conformem a sua própria vontade!

 

Nesta semana a minha fábrica foi visitada pelos senhores inspectores do ME e da CMP. Tocaram à campaínha e disseram que pretendiam ver as instalações. Vinham munidos de blocos, averbamentos, leis e mais leis, dossiers e até uma máquina fotográfica! Vinham determinados a encontrar qualquer coisa que estivesse fora de lugar, que não estivesse de acordo com o estipulado na lei, que pudesse pôr em causa a higiene e segurança alimentar no momento de produção.

Entraram e "vasculharam". Porta da direita, porta da esquerda. Em cima e em baixo. Dentro e fora. Tiraram notas suficientes para no fim afirmarem que estava tudo muito bem, que aplicávamos os procedimentos correctos, que realizávamos todos os registos e todos os controlos, mas... Sim, porque há sempre um "mas". No que toca a inspectores, nunca está tudo bem. Os pontos a melhorar iriam ser enviados por carta, assim como o prazo para realizar as alterações (um armário ali, outro armário aqui, uma divisória numa das pontas e umas placas nas paredes).

Respirei e assenti. Afinal, mesmo que hajam "mas" não podemos fazer nada contra isso. Agora aguardo a dita carta, que vem registada não vá ela perder-se.

Doce surpresa

 

Hoje tem sido um daqueles dias, em que olhamos para o teclado e para o título "criar novo post" e nada nos ocorre. A vontade para escrever não foge e os dedos continuam a percorrer o teclado em busca de algo. Porque me apetece escrever muita coisa... sem saber bem o que! Talvez que estou cansada, e hoje ainda estamos a meio da semana.. Que os fins-de-semana passam tão rápido que nem consigo saboreá-los..Que preciso de ir às compras, sobre perigo de ficar com toda a despensa em estado de depressão.. Que gostava de ganhar força (psicológica e física) para me dedicar ao ginásio a 100% (não, depois do natal não voltei ao ginásio maravilha).. Que gostava de ganhar o euromilhões (apesar de não jogar).. Que gostava de ir a Paris, Veneza, Roma e até de voltar a Londres.. Que me apetecia pegar em todo o equipamento da neve e correr para Andorra novamente (e finalizar o curso de ski que deixei a meio devido a lesão).. Ou agarrar nos biquíni e fugir para um qualquer paraíso tropical (até mesmo para o México.. again!!)..

Talvez dizer que as pessoas estão cansadas de bolos e que agora as vendas acabam por diminuir.. Que temos novidades de bolos tão deliciosos que nos enchem de vontade de os devorar.. Que não posso abusar pois a minha dieta está a correr muito bem, mas que o esforço tem sido sobrenatural (principalmente para alguém meio alentejano/ribatejano cuja principal característica passa pela adoração ao comer!!).. Mas que hoje me convidaram para almoçar e acabei por não resistir a um belo CBO no MacDonald..

Mais coisas queria escrever.. Mas foi pelo meio de toda esta indecisão de temas que me surgiu uma prenda pela porta. Ontem comentava com a D. E. que tinha saudades do arroz doce da mamã. Aquele cremoso, com bastante canela, aberto com àgua e sal e só depois cozido com bastante leite.. Bastante mesmo.. Já faz tempo que não saboreio aquele arroz, sempre quando ainda está morno, pois é assim que ele nos sabe bem. Depois de frio, acaba por perder aquele toque inicial.. Que só a mãe sabe dar. Até eu já fiz junto com ela, da mesma maneira, com os mesmos ingredientes, as mesmas quantidades.. Mas não fica igual. Ela sorriu e disse - mas vocês também fazem aqui arroz doce. Mas nunca é igual ao da mãe.

Hoje, depois da porta e das fitas da entrada, com uma bandeja na mão alguém me disse - parece que vem aqui algo ainda quentinho para ser devorado. Um pires de arroz doce, acabadinho de sair do lume, com bastante canela, com um cheiro divinal era colocado em cima da minha mesa! Sorri e agradeci. Todo o escritório sentiu aquele aroma que fazia lembrar os tempos de criança, junto à lareira, com o tacho do arroz para rapar.. Voltei a agradecer e provei. Estava óptimo.. Cremoso, com sabor a canela tal como gosto. Não é igual ao da mãe. Como diz a sabedoria popular como a comidinha da mamã nunca há igual.. Mas estava muito bom e deu para matar as saudades. Obrigada D. E. por me ter levado, por momentos, novamente à infância com esta doce surpresa que estava divinal..

Digo estava.. Pois já acabou!!

 

Chuva

 

Este tempo que nos últimos dias nos tem feito companhia, tem-me feito lembrar de outros espaços bastante longínquos. Primária, ciclo, secundária, faculdade.Tempos em que podíamos ficar na cama, sempre que não íamos à escola, a ouvir o ping ping que insistentemente batia no parapeito da janela. O vento forte que fazia a janela tremer e que me levava para um pensamento instantâneo - ainda bem que estou aqui segura e quentinha. A água que corria pela estrada. A mãe que dizia sempre que saía para o autocarro "tem cuidado com a chuva, olha que ficas doente" Não te esqueças da guarda-chuva" Não andes por dentro das poças de água"!

Lembro-me de na primária alguém desafiar vamos cantar para a chuva. Não que a minha voz fosse uma doçura de se ouvir (ainda hoje não o é), mas porque cantar, abrir os braços, e rodar, rodar, rodar se traduzia numa alegria que vinha do interior com uma força, capaz de suportar todos os ralhetes que poderiam seguir-se nessa noite. E tal aconteceu. Lembro que dançávamos e pulávamos ao ritmo de um som de a que chamávamos a dança da chuva, imitando o melhor que conseguíamos os índios de outras civilizações. Mas rapidamente éramos chamados para dentro - meninos, vamos para a sala que está a chover  - e lá íamos nós, sentindo que o nosso momento de respirar chuva, vento e liberdade se tinha esgotado. Tempos de crianças que ficam para sempre cá dentro desta caixinha a que chamam memórias, e que ao relembrá-las leva-nos numa viagem em que até conseguimos sentir o cheiro a chuva dessa dia.

Ontem o vendaval na margem sul era mais que muito como se costuma dizer. Entrava pelos respiradores da casa, e ecoava com fúria desmedida. O despertador tocou, e eu pensei - quem me dera, ser ainda criança, e ouvir da outra porta do quarto filha, deixa-te estar mais um bocadito. O pai ou a mãe levam-te mais tarde e depois falam com a professora. E assim ficava eu, quentinha dentro dos polares, a ouvir a chuva que caía lá fora e o vento que soprava intensamente. Ontem, também eu queria ter ficado dentro dos polares, não sair para a rua, não apanhar chuva nem vento, não virar o guarda-chuva e ficar sem ele. Não ser adulta e não ter que trabalhar, poder pedir a matéria a qualquer amiguinho que tivesse ido à escola. Poder dizer ao pai e à mãe acho que estou a ficar com febre para poder ficar mais um pouquito na cama. Sou adulta e isso obriga-nos a deixar a cama quentinha assim que o relógio toca.Continuo a gostar de ouvir chover, de ver as gotas cair e do barulho do vento, tal como quando era criança.Seja dentro ou fora da cama, à janela, à porta ou até mesmo na varanda.

Massagem

 

Sempre me interroguei como seriam aqueles SPA's, de massagens shiatsu, de pedras quentes, de relaxamento, para isto e para aquilo. Que nos deixa tranquilas, que nos acalmam e que nos fazem relaxar desde a ponta dos cabelos até aos dedos dos pés.

Muito provavelmente por falta de tempo, associado a uma ausência de interesse profundo, nunca tinha entrado em nenhum desses centros de beleza. A curiosidade era muita, mas havia sempre algo que me afastada da porta de entrada para o sitio que me levaria a navegar pelas nuvens, completamente descansada.


Numa estadia num hotel do Algarve, em certa altura do ano passado, eu e a S. íamos directas para a piscina interior, quando passamos pela recepção do centro de massagens. Parámos e perguntámos como funcionava. Quanto tempo de massagem? Uma ou duas pessoas? E preço? Num hotel, massagens é algo que nunca foi muito barato, pelo que decidimos rumar à piscina aquecida, e ao jacuzzi que tanto chamava por nós. Ficou assim adiada mais uma vez a primeira massagem da minha vida.

Em Riviera Maya, pensámos - estamos em lua-de-mel, temos um SPA e vamos perguntar como se processa as ditas massagens. O A. e a C., amigos que acabámos por fazer tão longe de Portugal, tomaram a iniciativa e seguiram para obter informações. Dado que tudo naquele hotel se encontrava incluído no montante total da viagem, não calculámos que o preço de uma massagem atingisse tal valor.  E, mesmo em lua-de-mel, não justificava o prazer que poderíamos retirar daqueles simples 30 minutos de massagem para casal.

E assim voltámos a Portugal, sem mais uma vez conhecer o sabor de um processo de relaxamento através das mãos de alguém experiente em conseguir descontrair os músculos dos seres humanos.


No natal tive uma surpresa! Uma amiga ofereceu-me uma massagem de relaxamento, não de meia hora, mas de uma hora. Sim, uma hora por entre óleos de aroma suave, velas acesas e música ambiente. Foram 60 minutos fantásticos. Todo o corpo é massajado até não se sentir tensão nenhuma nos músculos. Mãos, braços, pernas, costas, ombros, pescoço, corpo. Todas as zonas são massajadas suavemente, para nos dar uma sensação de alivio, de bem estar, de descontracção, de calma e prazer. O silêncio acalma-nos o interior e conseguimos por bons momentos apenas ouvir a música, sentir os dedos que nos pressionam pontos chave e descansar.

Obrigada J. por esta hora fantástica, que me levou a visitar o lugar das pessoas relaxadas e cheias de paz. Talvez, acredito eu, o mundo seria bem mais calmo se houvessem mais pessoas a realizarem massagens de relaxamento. Talvez não houvesse tanto stress. Talvez houvessem mais pessoas felizes. Talvez despertasse o melhor que há em cada ser humano.


Quanto a mim, agora que experimentei vou querer repetir. Uma outra diferente para conseguir comparar. Para conseguir escolher qual me fez sentir sensações mais apetecíveis. Para já, estou de mente aliviada, relaxada e contente por assim estar!

 

Ao teu lado

Amanheceste doente. O corpo dorido não te deixava permanecer na cama. "Vou tomar banho, para ver se melhoro" - Sim vai, que vou-te buscar o xarope para te passar essa tosse

Depois de almoço as dores no corpo continuaram. Benuron pareceu-me o indicado. E melhoraste. Mas tivemos um encontro com o frio e com o vento, que fez com que voltasses a piorar. Dei-te griponal, o almoço quentinho, e o xarope para a tosse. No sofá, coloquei um cobertor a aconchegar-te.

Passaste bem a noite e por isso hoje não tomaste o medicamento - "Acho que estou melhor mor!", mas pelos vistos não estavas. "Já me dói o corpo, e tenho peso nos olhos", dizias-me à tarde.

Chegaste a casa quentinho, apesar de o termómetro apontar para ausência de temperatura elevada - 36,5º. Após a sopa, voltaste a tomar os medicamentos, tal como te dissera. O xarope. E foste para a cama. Rapidamente adormeceste, e agora aqui estou eu ao teu lado, a ver o teu sono, a tua temperatura, a tua respiração, e até as tuas palavras, ditas por entre o sono, sem nenhum significado perceptível para mim..

Por agora descansa, pois vou continuar aqui quietinha ao teu lado, para que voltes a ficar bem amnhã!

 

Ps: I see You******