Hoje
Hoje queria estar assim.. Naqueles braços somente..
Mas o anjo está dificil de chegar a casa..
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Hoje queria estar assim.. Naqueles braços somente..
Mas o anjo está dificil de chegar a casa..
Não que tenhamos sempre dado especial valor a este dia. Dia dos namorados deve ser todos os dias, mesmo depois de já sermos marido e mulher.
Ontem foi dia de namorados. E foi como namorados, como casal e como apaixonados que o vivemos (e só nós sabemos como).
E como França poderá estar nos nossos Horizontes, aqui fica:
Aqui ou do outro lado do mundo! Pois é contigo que me sinto bem. És tu quem me faz feliz. É o teu sorriso que me encanta todas as manhãs e todas as noites. E são os teus abraços e os teus beijos que enxugam minhas lágrimas. É é contigo que quero estar, em todos os dias de namorados que existirem.
Sempre tive traumas com hospitais. Talvez por lá ter passado tanto tempo enquanto pequena, devido à asma. Talvez por ter ficado dois dias num corredor do SO, onde pessoas gritavam e choravam; crianças que pediam pelas mães. E onde o frio era uma constante, que nem aquela manta fina acalmava.
Apesar de não ser muito adepta destes locais (quem o será?), sempre tive muito contacto com eles. Até quando trabalhei na D., os meus trabalhos principais decorriam em hospitais. Conhecia-os de cima a baixo. Pormenores tão específicos que por vezes nem era reconhecidos pelos próprios funcionários.
Nessa altura conseguia perceber os dois lados da moeda. As queixas dos profissionais de saúde sobre os equipamentos e as condições de trabalho que limitavam o atendimento mais rápido aos doentes. Mas também percebia as queixas dos utentes. Que desesperam nas salas de espera em busca de uma consulta que lhes provoque melhoras. Que vivem na esperança de ser o seu nome, o próximo a ser soletrado no microfone de chamada. Que suspiram de ansiedade e sofrimento. Pois que a realidade é apenas uma: quem ali está fá-lo porque não se sente bem. Quem se sente saudável não que de todo partilhar daquele ambiente depressivo, triste, onde todos os problemas nos passam pelo pensamento. Um local desprovido de alegria.
Na sexta-feira logo de manhã fui confrontada com a necessidade de me dirigir ao CHS - HSB com um funcionário. Pelo estado da mazela rapidamente deduzi que não estaria naquela sala de espera muito tempo. Estavam poucas pessoas e pensei que seria um caso de urgência. Não digo emergente, mas diria urgente.
Fazer a ficha e um "aguarde que chamem o seu nome", foram as primeiras palavras de uma maratona que iria tornar-se bastante longa. Teríamos de aguardar pela triagem, pois era aqui que nos colocam uma pulseirita (chamada a triagem manchester). As cores, os graus de urgência e os tempos de espera encontram-se bem explícitos na parede ao lado das informações.
Vermelho - Emergente - Atendimento imediato
Laranja - Muito Urgente - 0-10min
Amarelo - Urgente - 0-60mim
Verde - Pouco Urgente - 0-120min
Azul - Não urgente - 0-240 min
A chamada para a triagem é relativamente rápida, e foi com grande espanto que vejo a cor da pulseira atribuída - verde ou seja, pouco urgente. Uma mão possivelmente partido e com os tendões bastante magoados? ... Não nos restava mais nada além de esperar. De esperar que as cores da parede estivessem erradas e que o tempo de espera fosse inferior ás 2h indicadas. Ou então que estivessem certas e que não tivessemos que esperar mais de 2h. Mas segundo dizem os ditados, um azar nunca vem só, e as 2h bem que passaram. Foi mesmo ao pisar as 3h de espera que ouvimos o tão desejado nome no microfone.
A segunda etapa ja tinha sido ultrapassada, restava-me aguardar. E mais, aguardar para que no fim de 4h de espera sufocante, ouvir alguém dizer "médico do seguro, não fazem aqui mais nada!" "então e medicamentos para as dores não?" "só no médico do seguro".
Para activar o seguro temos de ir ao hospital. Chegamos ao hospital e esperamos horas. E no fim dessas horas mandam-nos para o seguro. Porquê não fazer separar os tipos de atendimento? Se se trata de um acidente de trabalho, deveria seguir para outra sala, para que o atendimento mais rápido permitisse que o doente se deslocasse de imediato ao médico da companhia de seguros.
Na sexta-feira estava incrédula. Não conseguia entender os profissionais de saúde como fazia quando me encontrava mais próximo deles. Acredito que por vezes não podem fazer mais. Mas sei, que em outras vezes podem, conseguem e deveriam fazer mais, e mais rápido e melhor. Simplesmente não querem.
Nem sei que diga mais..
A primeira vez que entrei naquela casa, achei que iria ter um ataque de claustrofobia! O quarto tinha o tecto baixo, pois no passado ali teria sido uma varanda. O wc era bem apertadinho. Mas o ambiente parecia-me acolhedor. Parecia casinha de bonecas. O que eu não sabia era que ia encontrar uma lá dentro! No fim de observar o resto das divisões, permaneci uns minutos no quarto da I., a dona da casa, e uma colega de trabalho. Ouvi uma porta, olhei para trás e uma carinha laroca saía do duche. Enrolada num roupão vermelho, ainda de toalha no cabelo soltou-me um sorriso de orelha a orelha, como se costuma dizer e como só ela mesmo sabe dar, e disse-me "Olá, sou a D.", "Olá, sou a V." Parece que nos conquistámos uma à outra.
Ao início parecia um pouco estranho. Afinal apenas conhecia a I., mas como sempre fui dada à conversa rapidamente assegurámos horas de conversa. Horas de desabafo "Não quero falar se não vou chorar", horas de sofá a ver tv "D. vai começar o CSI", o café depois do jantar "V. não queres vir beber café? Vai a F. o I. e o F, não demoramos nada", "Não me apetece D., não te esqueças que amanhã me levanto cedo" "Sim sim, vai cedinho para a caminha!!". Se ela chegava a casa e ainda estava acordada fazia uma festa. Quase que me queria levar ao médico por não estar a dormir. Afinal, adoro dormir e ela sabia disso. Ou então "D. queres café que eu vou fazer? Ou chá?". Sempre que ela dizia que sim sentia-me um pedacinho mais feliz. Esse sim significava que ia ficar com ela mais um momento comigo naquele sofá, ou naquela mesa de centro. Para o "corte e costura" habitual. Para os telefonemas aos papás "D. porque estás a gritar?" perguntava-lhe a mãe "é por causa da V., agora até já falo como ela".
Os nossos maiores momentos de partilha eram o jantar. Raramente comíamos comidas separadas. "Queres?" e havia praticamente um sim sempre a seguir. "D. quem trouxe esta mousse de chocolate?" "Sabes que eu preciso de doce. Trouxeste-me a Sericaia?? Eu logo vi que te ías esquecer.." "D. não acredito que compraste este pão-de-ló cheio de creme.. A minha dieta?" "É simples, não comes! Eu comprei para mim!!" E logo de seguida soltava uma gargalhada, certa de que sabia que eu não consegui resistir aquela maravilha que ficava sempre em cima da mesa.
Poderia aqui escrever imensos diálogos. Mais pessoais, menos pessoais. Porque com a D. havia sempre tema de conversa. Sempre uma vontade de estar mais um pedacinho "Céus, tenho que ir dormir! Já viste as horas?". E ali ficava ela. No sofá, com o portatil no colo. Vagueando entre o msn, o email pessoal e o da faculdade, com pilhas de folhas e livros para estudar. Trabalhos para fazer.
Quando saí daquela casa chorei. Chorei por deixar aquela casa. Chorei por deixar Lisboa. Chorei por deixar os amigos do trabalho. Mas foi quando me despedi da D., quando a vi sair depois do "Só te vou dar um beijo rápido, porque senão começo eu também a chorar", que chorei mais..Logo ali chorei de saudade.
Sei que anda a precisar dos meu mimos. Também eu ando a precisar dos dela. Vimos isso agora no dia do aniversário. Precisamos de abraços fortes e apertados, que os telefonemas que fazemos não nos conseguem dar. Para o ano vou arranjar tempo para estar com ela. Para lhe fazer chá de morango ou de cidreira com mel, ou para o café! Porque D., também tu me fazes falta.
(Texto escrito a 25/11/2009)
PS: Parece que Deus escreve certo por linhas tortas. Tenho este post escrito faz algum tempo. Num momento de maior saudade em que te liguei! Mas a chamada durou tão pouco tempo, foi tão curta que ficou aqui dentro um espaço aberto ainda a desejar ser preenchido com emoções e novidades e palavras tuas. Depois recebi a mensagem tua "Tenho tantas saudades tuas e ando tão lamechas que só de ouvir a tua voz fico com uma vontade enorme de chorar. Fazes-me tanta falta (...)". Tabém tu me fazes muita falta. Para o café.. Para o chá de morango ou de cidreira e mel. Para o bacalhau com natas. Para acalmares as tempestades que por aqui passam. Para reclamares das minhas roupas ou para dizeres "Ehhh láaa! Ela hoje produziu-se! Deixa-me maquilhar-te" e eu a seguir dizer-te que não gosto de nada muito carregado.
Sim, também tenho saudades tuas. E muitas!
"A L. chegou.." Sabia que já sorria mesmo sem consciência disso! O nosso momento juntas estava a chegar. Mesmo ali, dentro do refúgio das minhas paredes, onde pude guardar o abraço forte, o sorriso rasgado, o "V. tas boa?". Sei que todos os minutos foram poucos. Queríamos sempre mais. Mais um chá.. Mais umas palavras.. Mais um sorriso.. Mais umas fotos.. Mais uns momentos.. Mais um abraço apertadinho. Daqueles que nos fazem sentir um arrepio, que nos aquecem o coração, que nos enchem de alegria e felicidade e nos inundam os olhos de lágrimas de contentamento. As lágrimas que consegui controlar quando a vi entrar, radiante como sempre, pela porta do meu refúgio. As lágrimas que fechei cá dentro quando a vi partir no elevador, sempre com a promessa de que voltaremos a jantar muito em breve.
Mais? Não quero dizer.. Vou guardar cá dentro, no cantinho das recordações felizes. Só para mim. No cantinho onde recorro sempre que a saudade aperta e que me liberta para um sorriso! E vou esperar por mais.. O mais rapidamente possível!
Desde miúda que sempre adorei pessoas! Conviver com elas, falar para elas, abraços e beijinhos. Estar de férias sempre foi horroroso. Contava todos os dias quanto tempo faltava para voltar à escola. Voltar a estar com os amigos. Voltar a ter livros novos, uma mochila nova e poder partilhar tudo isso com os colegas da turma. Falar com eles. Sempre adorei falar.
Todas as etapas da escola deixaram grandes amigos. Não te esqueças de ligar. Vamos sempre falando. Mais tarde, já na faculdade, e após muitas lágrimas de despedida de 4 anos de amizade forte, de convívio, de alegrias e tristezas, de sonhos, de projectos e desilusões, de trabalhos e testes, todos afirmávamos que não nos íamos afastar. Que marcaríamos jantares, cafés. Que mandávamos mail e mensagem. Que ligaríamos! Afinal, ligar está apenas à distância de um pequeno botão de chamada. Não foi assim.
Primeiro emprego. Novos amigos, novas promessas. Estamos tão próximos, podemos almoçar várias vezes, vamos conversando, não vamos permitir que a suposta ausência de tempo nos afaste. E assim foi, durante mais 2 anos. Acaba por ser inevitável. Cada pessoa segue o seu caminho. Tem as suas rotinas. Casa, Trabalho, casa. Os momentos que sobram acabam por ser divididos com os que estão mais próximos, e o amanhã ligo-lhe de certeza fica para para outro dia qualquer num futuro próximo que não o amanhã. Contra mim falo! Mesmo assim, sempre que me lembro desta ausência de amizade próxima, pego no telemóvel e ligo a alguém. A alguém que me marcou com amizade forte. Alguém de quem sinto falta e que apenas desejo saber se está bem. Se está feliz.
Confesso que por vezes fico ferida quando penso que ninguém se lembra de mim, se não tinham tido a iniciativa de me ligar. E acabo por não iniciar a chamada. Penso que afinal ninguém gostava de mim tanto como diziam, pois se fosse esse o caso já me teriam ligado. Para um almoço ou jantar. Para um café ou cinema. Ou simplesmente para me ouvir. Mesmo assim, há sempre amigos que ficam cá dentro. Quer liguem ou não. Quer se lembrem de mim ou não. Não que outros não fiquem, ou que não me lembre deles, mas estes tornam um sentimento de saudade mais forte. Mais agonizante. Que impele para estarmos sempre com eles. Vão aparecendo por fases.
Da primária, a A.M. que apesar de não nos vermos todos os dias, de termos escolhidos caminhos diferentes desde o ciclo sempre sentimos uma amizade muito forte que nos uniu até aos dias de hoje. O ciclo acaba por ser uma continuação da primária, mas à qual juntei uma pérola, a minha linda dos caracóis perfeitos. Que me acompanhou sempre nos momentos importantes, passando pela secundária, na faculdade, até hoje. Que apesar de uns momentos tolos de ausência de convivência, sempre soubemos que estaríamos ali as duas, para o que fosse preciso. Para o ombro amigo, para a mensagem de desabafo, para o email das novidades.
Da faculdade trouxe várias pessoas no coração. O A. com todo o seu cavalheirismo, a sua amizade sem pedir retorno, a sua simplicidade e inteligência. Os copos de água que bebíamos nas pausas de trabalho na D. que serviam para arejar a cabeça, e para nos confortar naquela maratonas de horas de trabalho. A L e o R. amigos de companheiros de passagem de ano. A A. e a R. com quem dividi apontamentos, testes trocados no momento dos exames para comparar resultados, máquinas de calcular com anotações, folhas de rascunho com respostas.
Do trabalho trouxe a segunda pérola, que fiz questão de juntar ao A. - a minha F. parecida com a Barbie, com direito a carro e até ao Ken. Foi ela a amiga dos momentos difíceis dentro da empresa (porque sempre os há), dos chocolates quentes, da hora da maçã. Dali também trouxe a F. e a M. que partilhavam o cafezito da manhã, do almoço, do meio da tarde e até da noite. E por fim, S. e o JP que surgiram agregados ao factor trabalho e ao factor Angola e que rapidamente se tornaram nos amigos das "jogatanas" de fim-de-semana.
Felizmente vamos conhecendo pessoas, ao longo desta estrada perdida, por meros acasos. Foi assim que conheci a minha mais recente e grande amiga que me atura todos os dias do outro lado do monitor. Porque tenho saudades dos amigos e às vezes me sinto sozinha. Que me faz sentir orgulhosa em determinados momentos. Que me chama sempre que precisa de desabafar e onde eu sei que posso atracar o meu barco nos momentos de vendaval. A querida M.que vive tão longe, mas que está sempre tão perto!
Tenho saudades deles todos. De conversar com eles. De debater assuntos importantes ou totalmente fúteis. De rir e chorar. De pensar ou simplesmente tagarelar. De os ouvir. De os ver. De saber novidades sobre eles. Se estão felizes. Porque as saudades são isto mesmo. Necessidades que temos de conviver com os amigos.