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Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Viagem(s)

 

 

 

Sempre tive uma paixão estranha pelo aeroporto de Lisboa. Não que lá tivesse passado muito tempo (o que não era o caso), mas desde pequena que cada vez que me encontrava lá dentro sentia-me com uma alegria do outro mundo. Talvez por a curiosidade do que acontecia para lá daquelas portas ser imensa; ou por nunca ter entrado num avião; ou por achar que todo aquele mundo era coisa de adultos, e que também eu queria ser adulta para poder passar para o lado de lá, onde as pessoas entravam com as malas e de repente desapareciam.

A primeira vez que andei de avião foi no 9º ano. Visita de estudo/viagem de finalistas a Londres. Estava em êxtase completo. Nessa noite nem dormi, tal não era a ansiedade de finalmente perceber quais os caminhos que todas aquelas pessoas, que via quando levava o tio ao aeroporto, atravessavam. Essa viagem fez com que ficasse a adorar cada vez mais o mundo dos aviões.

Certa altura da infância comentava com os mais curiosos sobre o meu futuro "quero ser hospedeira e andar o dia inteiro de avião, mas também gostava de ser professora de matemática". Quis o destino que nem uma coisa nem outra se tenha atravessado no meu caminho até então.

 

Estive muitos anos afastada do circuito do aeroporto. Secundário, faculdade e finalmente primeiro emprego. E foi através deste emprego que voltei a entrar naquele mundo que tanto me fazia sorrir, e sentir crescida. Não que fosse viajar, pois não ia. Mas ia colocar o meu amor num pássaro gigante, que só o iria trazer 2 meses depois.

Nesse dia não sorri. Não me senti crescida, pelo contrário, queria ser criança para que não tivesse que passar por aquilo. Dois meses em Angola é imenso tempo, quer para quem vai, quer para quem fica! Nesse dia chorei e acabei doente. Costumo brincar dizendo que tive uma gripe de desgosto, com direito a febre e tudo mais. Desde esse altura as idas aquele espaço, onde gigantes dos céus me levavam a minha metade da laranja, eram muito mais frequentes. Angola, Madeira, Londres, sendo que a todas houve direito a repetição. Agora a minha alma gémea, num outro emprego, com uma outra função, também viaja com bastante regularidade. E hoje houve mais uma viagem direito a Lille (França), onde tinha estado no final do ano passado.

Novamente hoje eu saí de lá, não com um sorriso, mas com uma pequena lágrima. Não que sejam dois meses, são apenas dois dias. Mas ver partir aquele que nos aquece o coração, deixa sempre uma tristeza cá dentro. Seja por dois meses; dois dias ou apenas duas horas.


A calma da Ria de Aveiro

"É A Veneza de Portugal!" cantarolava o guia turístico que connosco partilhava o espaçoso moliceiro. Antigamente servia para apanhar o moliço, um fertilizante natural para as terras agrícolas e também servia para transportar o sal que se retiravas das salinas junto à Ria de Aveiro.

Aveiro è uma cidade muito simpática, com pessoas simpáticas e orgulhosas da sua terra ser considerada a Veneza do nosso país. Foi junto a esta povoação que passámos dois dias de pleno descanso, de tranquilidade juntos às águas gélidas desta cidade que me preencheu o coração.

 

Aveiro tem muitas histórias: de um lado os ceboleiros, do outro os de vera cruz que trocavam os seus produtos junto às margens da ria que atravessa a cidade. As salinas antigas onde tratavam o sal. As casas com larguras tão minúsculas que chego a duvidar que alguem com mais de 80cm de anca conseguisse lá passar. As comportas que dão para o mar. As pontes que ligam vários pedaços de terra que a ria separa. Os jardins actuais que eram antigas salinas. E a casa mais antiga da cidade.

Do outro lado da Ria temos a Torreira, que abre os braços a S. Jacinto, uma reserva natural cheia de dunas, de beleza encantada. Foi aqui que passamos a noite. Numa pousada cujas varandas passam por cima da Ria, que nos saúda todas as manhãs. A calma e o sol radiante (embora ainda insuficiente para nos encher as medidas alentejanas) brindaram-nos à chegada e è partida. É uma pousada magnífica, com uma decoração perfeita para o conceito em que está.

Ficam umas fotos. E obrigada ao padrinho pela oferta .

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