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Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Zen

aqui tinha falado sobre as massagens. Certo é, que após aquela maravilha, nunca mais tive oportunidade de fazer uma outra. Falta de tempo (às vezes); falta de dinheiro (muitas vezes); falta de iniciativa para (quase sempre). Mas ainda bem que alguns amigos/familiares se lembram de mim de vez em quando e me presenteiam com este tipo de momentos especiais.

A massagem foi-me oferecida no ano passado. Fiquei entusiasmadíssima mas por razões alheias à minha vontade o tempo foi passando e entretanto fiquei grávida. Ainda perguntei no centro de SPA, mas disseram-me que era preferível deixar para depois do bebé nascer. Assim fiz e só agora, quase 8 meses depois fui utilizar a minha massagem. 

Já toda a gente ouviu falar de massagens com pedras quentes e com toda a certeza imensa gente já experimentou as mesmas - excepto eu até ao dia de hoje. Ora e o que podemos dizer sobre elas? O benefícios da massagem de pedras quentes inclui: alivio de stress, liberta toxinas, alivia a dor, melhora a circulação e acalma a parte psicológica. Melhor, são divinais.. O quente, o conforto, o relaxamento, a música, o óleo, tudo isto misturado com a massagem assim consegue-nos levar para outra dimensão. 

No meu caso eu diria - quase conseguiu. É que tendo o coração fora do corpo, a minha mente de recém-mamã não conseguiu recolher ao silêncio obrigatório, e mesmo já "lá longe" no relaxamento houve sempre aquela vozinha, aquela imagem do meu mais-que-tudo que não me permitia flutuar por uns segundos.

Mas que sabe divinalmente bem, ah isso sabe. Vim de lá com uma vontade extrema de me enfiar debaixo dos lençóis e dormir até amanhã. Mas eis que um "ehh ehh ehh" chama a minha atenção e me deixa de coração cheio.

Hummm, acho que o melhor é ir já de seguida utilizar o outro voucher que ali tenho, que me dizem?

A gravidez (atrás da lente!)

O inicio do "nada mais será igual" deu-se através da lente da fantástica, simpática e carinhosa Joana Patita. A sua capacidade para nos colocar à vontade mostrou-se logo de inicio e bastaram alguns minutos para que conseguíssemos fotos fantásticas. Talento natural, diria eu, para alguém que fotográfa por paixão e por hobby e que o faz tão bem.

Queríamos fotos em que pudessemos ser transportados para o momento em que as tirámos. Sentir a mesma brisa fresca, os raios de sol na face. Ouvir os sons dos meninos que brincavam. As nossas gargalhadas. Sentir o nosso coração acelerado da emoção e da alegria que estávamos a sentir. Nós os 3, para a eternidade, nestas fotos que tanto nos dizem e que tanto amor nos trouxeram. E conseguimos.

Obrigada querida Joana. Ficarás para sempre no nosso coração. 

 

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Santi: Sempre, em todo o lado a pensar em ti

Apesar de saber que o número de pessoas que poderão ler este blog ser realmente diminuto, se esse mesmo número tiver conhecimento desta situação e poder partilhar com todos os que conhecem, aumenta em muito a probabilidade do Santiago ver o video do seu pai.

Eu que fui mãe à pouco tempo, aperta-se-me o coração ao ver este video. Pelo pai, mas principalmente pela criança. Gostava de conseguir chegar ao pé desta mãe e dizer-lhe: tu nem do teu filho gostas. É que por mais razões que existam contra o ex-marido, as quesilhas não podem passar para a relação com o filho. Foram precisos dois para fazer. São precisos dois para educar, para mimar, para compreender e compartilhar todas as etapas da vida. Não sei que razões poderão estar por detrás desta atitude por parte da mãe, mas minha senhora não se esqueça que pode estar a criar um feitiço que se irá virar contra o feitiçeiro.

Quanto a este pai - incrível! 

Partilhem a sua página do facebook - juntos conseguiremos que o Santiago nunca se esqueça do amor do seu pai - Santi: Sempre, em todo o lado a pensar em ti

Miminhos da MI

A minha Mi. sempre teve o dom de, para além de nos aquecer o coração, fazer-nos derramar lágrimas de emoção e alegria. Atenta por natureza, consegue trazer ao de cima o melhor de nós. Os sorrisos e a alegria junto dela são uma constante. A sua capacidade de olhar bem fundo de nós e perceber o que nos vai na alma. O que gostamos ou não. O que nos deixa radiante.

E desta vez não foi excepção. Ela sabe e conhece a paixão que temos pelo nosso pequeno príncipe e o quanto a nossa gravidez foi desejada, acarinhada e planeada. Pediu-me umas fotos para um projecto de natal, novas ideias, novas prendas para agradar os que mais amamos. E quando vi o resultado, deste lado do computador não consegui evitar que a lágrima me caísse pela face. É por conseguirmos tão facilmente tocar o coração uma da outra, que a distância não diminui a nossa amizade. Que mais dizer senão... Obrigada!!

O Natal está a chegar e, com o seu jeito mágico para trabalhar tudo o que é imagens, fotografias, criar ilustrações, design's, consegue através de umas simples fotos cheias de amor e ternura, criar toda uma panóplia de coisas fofas, deliciosas. Diria mesmo mágicas. Aqui poderão ver que tenho razão. Mas encomendem novas para vocês, porque estas já são para mim ;) 

Deixo-vos o site http://www.wicdesign.com/ e a página do facebook WIC . design | by míriam gil para se poderem "perder" no mundo da minha Mi.

Parabéns Cante Alentejano

Quando somos alentejamos e estamos longe da nossa terra, do nosso "sotaque", das nossas lareiras de chão, sentimos ainda mais orgulho quando o nome Alentejo é levado mais longe.

É o Alentejo no coração do mundo. Orgulho imenso. SOMOS grandes. Parabéns!!

 

 

Na gravidez

Não posso dizer que tive uma gravidez muito complicada (nervosa talvez), excepto na parte final. Tirando a queda das escadas às 21 semanas e a azia desde muito cedo, até às 36semanas nunca tive problemas de maior. Mas o aproximar das 37 semanas trouxe-me a minha maior preocupação.

A comichão no corpo já me atacava nos últimos dias, mas na consulta de rotina tinham-me dito que era normal na gravidez: o aumento do volume sanguíneo, a circulação mais condicionada devido ao aproximar do final da gravidez poderiam levar-me a ter esses sintomas. Mas num domingo, após um passeio no fim de tarde na praia e durante o banho eis que as comecei a ver: bolhas (não eram borbulhas) de água no peito e muitas bem pequeninas dando o aspecto de uma erupção cutânea. Não pensei duas vezes e corri para o HSB - Urgências Obstétricas. Foi aqui o início de toda uma aventura. Iniciaram o procedimento habitual - triagem com a enfermeira, CTG e observação pelo médico. Mostrei as bolhas, medi a tensão, verificaram a temperatura, fiz CTG, fizeram-me o toque e foi aí que me pareceu que comecei a falar sozinha. Diagnóstico médico: pode ir para casa andar que ainda está atrasado; Dr. eu não vim cá com dores, eu vim cá devido a estas bolhas; Ah, isso é prurido gestacional, toda a grávida tem, tome banho com oleoban que isso melhora. Voltei para casa.

Não melhorou. No dia seguinte a proporção das bolhas tinha aumentado consideravelmente. Voltei ao HSB. Cheguei e o mesmo procedimento. Na triagem informei a enfermeira que já lá tinha estado no dia anterior e que o meu problema não era resolvido com CTG e toque's. Simpática, ela referiu que o CTG até convinha fazer para ver a movimentação do bebé, depois eu falava com o médico sobre o resto. Observação e repeti a mesma história. E ele disse-me: Vamos fazer umas análises e ver se o fígado está a trabalhar bem, pois podemos estar na presença de uma colestase gravídica (hãã??). Dizem-me por alto que, caso os valores estejam alterados, teríamos de antecipar o parto. Com os resultados, apesar de o valor estar ligeiramente alterado, não era justificação para todo aquele panorama que o meu corpo representava. Novo toque. Novamente para casa. Se me sentísse pior era para voltar. Nessa noite já não consegui dormir na cama. Lembro-me de tomar banho 3 vezes nessa noite e na noite seguinte. As dores na pele eram imensas, as bolhas cada vez maior, cada vez em maior número, espalhadas por todo o corpo - mãos, braços, tronco, cara, pescoço, o único sítio onde não havia era nas pernas e nos pés, a preocupação com o meu mais pequenino que estava cá dentro - e se o tiverem que tirar? Só tem 37 semanas. E se for grave? 

No dia seguinte disse passei no centro de saúde para a médica de família me ver - V. voltas já para lá, eles têm que te ver em condições, fazer análises, vigiar o bebé, assim é que não podes continuar pois apesar de todas estas bolhas darem a entender que é varicela, não têm o aspecto nem as características de uma varicela. E assim fui, pela 3ª vez para o HSB, para o mesmo procedimento. Mas desta vez, quando fui observada pela médica de serviço disse: não venho cá para me fazer toque's e não me vai fazer nenhum. Há 3 dias que venho para o hospital, não me dizem o que tenho e mandam-me para casa sem qualquer tipo de informação ou medicação. A médica percebeu o meu estado, fez-me mais análises - a tudo e mais um par de botas inclusíve aos anti-corpos da varicela - e mandou-me aguardar. Eram 22h quando nesse dia saí do hospital com os resultados das análises ligeiramente alterados (eu tinha algo a desencadear-me uma infeccção) mas nada de preocupante e os anti-corpos negativos (sabe V. esta análise só nos diz se você tem os anti-corpos, não nos diz se o que você tem é varicela ou não - boa! - mas vou tentar marcar-lhe uma consulta com o dermatologista para ele a ver!). No dia seguinte fui ao dermatologista no HOSPOR (se não ainda hoje estava à espera da consulta que a Drª me ia marcar) e o espanto da médica foi tal que chamou os companheiros de serviço - V. eu penso que isto seja um herpes gestacional, raramente vimos esta situação e tenho quase toda a certeza em como não é varicela. Leva uma receita de anti-estamínico e pergunta na sua obstetra se pode tomar isto por causa do bebé. E voltei para casa.

Essa noite foi passada sentada na beirinha da cadeira com os cotovelos em cima da mesa da cozinha. Só os cotovelos. E as palmas das mãos a segurarem a cabeça. Foi a pior noite. Mas no dia seguinte consegui dormir de manhã. Fiquei por casa, acredito que na esperança que tudo aquilo passasse ou que fosse apenas um sonho mau.

6º dia da saga e voltei ao HSB, mas antes já tinha feito novamente análises com a médica de família que após os resultados mandou-me novamente para o sítio onde ela achava que nunca devia ter saído. Pensei que em primeiro lugar deveria ir ter com a obstetra para ela me ver. Levei as análises e ela atendeu-me e disse-me que para além de os valores das análises não terem alterações relevantes, todo o meu panorama corporal indicava uma varicela atípica, que por sinal já se encontrava na fase de secagem das bolhas. Contudo, ela ligou para o HSB e pediu que chamassem um médico do departamento das doenças infecto-contagiosas para que ele me podesse avaliar. Pela última vez nessa semana entrei no HSB. Nova triagem. Novo CTG. Não houve toque. Sim, porque pela primeira vez nessa semana, era quase certo que o meu diagnóstico era varicela e a partir desse momento, mesmo já tendo passado a fase de incubação, o meu pequeno príncipe não poderia nascer. E aguentámos assim o retrocesso da varicela até às 40semanas. 

Prurido Gestacional. Colestase Gravídica. Herpes Gestacional. Afinal, era simplesmente Varicela (pura, dura, muito forte e com uma dimensão gigantesca).

Hoje não tenho estrias que me relembrem que por mim passou uma gravidez, tenho sim as marcas de cada uma das bolhas que me encheram o corpo. 

Cheira a mar

O título deste post poderia perfeitamente ser: há coisas que o dinheiro não paga; e há coisas que sem dinheiro não se compram.

Hoje, aproveitei que o sol deu o ar de sua graça e, enquanto fazíamos companhia ao rei que se deslocava para o trabalho, levei o príncipe a passear para apanhar vitaminas solares. Fomos os 3 a pé praticamente quase até à porta e depois eu voltei para trás. Eu a empurrar o carrinho. O príncipe já a dormir.

E foi nesta volta que senti algo que adoro (e que quando um dia eu sair daqui, vou sentir imensa falta): o cheiro a mar; o cheiro a maresia que nos entra pela alma e refresca. Pensei - realmente há coisas que o dinheiro não paga. Não paga este cheiro que nos transfere para outro lugar, que convida a que fechemos os olhos (inspira.. expira..inspira...expira) e que deixemos que a acalmia tome conta do nosso ser, enquanto os nossos sentidos auditivos absorvem os sons - as gaivotas; a criança que corre; os velhotes no muro; o mar que rebenta na areia. 

Há coisas que o dinheiro não paga - como acordar e adormecer com as ondas; acordar pela manhã e sentir a brisa fresca, suave e com cheiro intenso a mar; almoçar perante este azul brilhante e poder percorrer a marginal com o sol a aquecer-nos o interior até ao local de trabalho.

Sim há coisas que o dinheiro não paga. Mas há tantas outras coisas que sem dinheiro não se compram (e que são tão fundamentais). É por todas estas coisas que precisamos que, com toda a certeza, um dia sairemos daqui. Porque agora somos 3 (e queremos um dia ser 4.. ou 5.. ou 6..); porque é preciso encontrar a "carreira" que ficou perdida algures entre Lisboa e o Alentejo; porque a "troika" ainda não saiu cá de casa; porque o pequeno príncipe está em crescimento e os filhos trazem com eles duas consequências - viver com o coração fora do peito para todo o sempre e ter sempre uma carteira aberta.

É por estas coisas (e por tantas, tantas outras) que uma dia teremos que deixar aquilo que o dinheiro não paga, para podermos pagar com dinheiro aquilo que a vida exige. 

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Projecto de vida

Tenho a certeza que nasci já a pensar em ser mãe. Dito isto, as pessoas podem pensar que enlouqueci, mas o meu desejo de ter filhos sempre foi tão forte, que qualquer criança, qualquer bebé, qualquer grávida, rapidamente me arrancava sorrisos e lágrimas. De emoção. De ansiedade. O meu relógio biológico começou a trabalhar tão, tão cedo.

 Quando casei aos 24 anos, pensei que daí a engravidar seria um pulo pequenino. Eu tinha o meu trabalho, o F. tinha o trabalho dele. Ambos certos. Ambos por muito tempo (pensávamos nós). Mas é quando alinhamos tudo para seguir em frente, que a vida nos mostra que, planos a muito longo prazo nunca são bons. É quando pensamos que estamos no caminho certo, que a vida nos diz que tem outros planos para nós.

Claro que numa análise mais fria das vidas humanas, (quase) toda a gente costuma dizer: oh, por mais que se espere pelo tempo certo, pelo emprego certo, pela idade certa, nunca chegamos ao "certo", pois não há uma hora certa para ter filhos. Nós não estávamos mesmo na hora certa e o nosso plano de vida foi adiado. E adiado. E ainda mais adiado. 

Mas os 29 estavam à porta, sendo que com 9 meses de gravidez, se me atrasasse muito, seria mãe depois dos 30. E esta matemática traiçoeira, que nos arrebata o coração e o cérebro, começou a criar em mim uma ansiedade acima do normal. E se não conseguíssemos? E se houvesse alguma incompatibilidade conosco? E se por estarmos envoltos em tanto stress, dificultasse o processo? Conhecemos tantos casais que passaram por isso.. e sabemos tão bem o que eles sofreram..

Não queria pensar assim. Falámos os dois. Eu e ele. E combinámos - nada de ansiedade, nada de pressão, nada de contar a toda a gente o que estamos a planear. Quando calhar, calhou. Quando ficar, ficou. Mas assim ninguém nos questiona com aquelas perguntas incomodativas e insensíveis. E eu queria pensar assim. Com calma. Sem stress. Sem ansiedade. Com confiança de que quando fosse a altura ideal, ela chegaria. Mesmo que o caminho fosse longo.

Mas o caminho não foi longo. Foram 2 meses que nos levaram ao auge da nossa felicidade.

Após 2 testes de gravidez, foi a consulta que nos arrebatou quando ouvimos aquele coraçãozinho acelerado. As lágrimas caíram. O silêncio e os sorrisos trocados entre nós transmitiam felicidade e irradiavam o nosso rosto. Estava ali o nosso propósito de vida. E só tinha pouco mais de 5cm.

A partir daquele momento, nada na vida iria ser igual. Será muito melhor. Pois agora somos 3. Eu, o F. e o nosso "coração fora do peito". 

O regresso.

Bem sei que faz imenso tempo que não escrevo. Poderia dar imensas justificações sobre o porquê, mas o que está para trás, lá ficou. E agora tenho fé e esperança que um novo horizonte se avizinhe para nós. Acredito que o sol vai brilhar, mesmo que seja tímido de iníco, mas havemos de vencer.

E eu necessitava mesmo deste regresso.