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Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

As vacinas... ai as vacinas!

Ontem foi dia de vacinas. O primeiro ano já passou e não podia adiar mais este momento (até porque a saúde tem de estar sempre em primeiro lugar). Até completarem o primeiro ano, os bebés recebem as vacinas sempre nas pernocas, mas após esse tempo são os braçitos que começam a sofrer as mazelas. Já me estava a imaginar como é que iria segurar o S., dada a energia que o gaiato tem todos os dias.

Mas eram inseguranças de mãe principiante, pois as enfermeiras que já perderam a conta ao número de crianças vacinadas indicaram no imediato qual a melhor forma de o segurar. O que não estava propriamente seguro era o meu coração. Sabia (calculava) que ele ia chorar imenso, pior que isso, sabia que ele iria entrar naquela espiral chora-tanto-que-deixa-de-respirar-e-fica-todo-roxo e tenho que quase dar-lhe um abanão para que volte a entrar ar naqueles pulmões.E não me enganei. E ainda pior que tudo isso, é que dadas as tipologias das vacinas, foram dadas duas - uma em cada braço, o que implicou passar pelo sufoco duas vezes.

E dói tanto (a nós mães) vê-los a soluçar, a olhar para nós com os olhinhos cheios de lágrimas como quem diz: "mamã, porque deixas que me façam isto..".

É neste momento que o tapete nos foge debaixo dos pés, e por momentos dei por mim a sentir-me uma má mãe por permitir que o meu doce chorasse daquela maneira. Felizmente o cérebro volta a funcionar minutos depois e conseguimos relativizar a situação, afinal a vacinação é um ponto fulcral, que não deve ser descuidado na vida de qualquer criança (e adultos também).

Para o mês que vem lá voltamos nós. Temos a Bexser e a Prevnar. Mais duas juntas..

Mãe sofre..

 

Saudades (de ter tempo)

Hoje tenho o meu coração apertado, doce da minha mãe. Não temos tido tempo um para o outro, tempo que nos encha um do outro, que nos complete as saudades que temos tido. Hoje tenho o meu coração apertado. Sinto a tua falta o dia inteiro, meu amor. Conto todos os minutos para te ver, para poder chegar ao pé de ti, para te cheirar, para te sentir junto ao meu peito. Anseio por chegar a casa para te ver saltar para os meus braços, enquanto ris e dás gargalhadas ao perceberes que eu já estou ali só para ti. Enquanto eu choro de emoção e de alegria e deixo a tensão sair.  

Mas hoje tenho o meu coração apertado, meu bebé lindo. Hoje choraste, querias o meu colo, mas também não querias. Querias que te abraçasse, mas também não querias. Dei-te mama, acalmaste mas qualquer coisa te incomodava e te deixava novamente a chorar. Chegou o pai e conseguiu entreter-te até te ires jantar. Dei-te a sopa.  Dei-te banho. Brincámos um bocadinho mas tu tinhas sono, já fazias birra. Voltei a dar-te mama, mas ela já era tão pouca que ficaste ainda mais irritado. Coloquei-te na caminha e dei-te muitos beijinhos, suaves, como quem beija o mais precioso e mais frágil dos seres. Querias fechar os olhos, mas os meus beijos faziam-te despertar. Bem sei que não devia continuar, que devias descansar, mas a mamã tem tantas saudades tuas.. 

Hoje tenho o meu coração apertado, doce da minha  vida. Apertado de saudades tuas, do tempo que éramos só nós o dia todo, do tempo em que cantavamos, que brincávamos no chão, na cama, na mesa. Tenho saudades do tempo em que não havia tempo limite para estarmos os dois . Agora chego a casa e por mais que seja rápida, entre o teu jantar e o nosso, preparar o teu almoço e o nosso, o teu banho e o ritual de vestir ocupam todo o tempo. Ficamos depois juntinhos enquanto mamas, olho-te nos olhos e tu retribuis; com a tua mãozinha doce e suave vais fazendo festas no meu peito. Bates sempre a perna, como se marcasse o compasso. E a seguir a noite acaba e só nos voltamos a juntar na manhã seguinte. 

Hoje, enquanto os meus olhos transbordam de lágrimas , tenho o meu coração apertado de saudades tuas.  Estás mesmo ao meu lado bem sei, mas a minha vontade é agarrar-te, encher-te de beijos, sentir esse teu cheiro doce que me enche a alma. O tempo não chega para encher as minhas reservas de ti, do teu amor, do teu sorriso, do teu cheiro, dos teus beijos lambusados, do teu toque tão suave. 

Hoje vou  dormir de coração apertadinho de saudades tuas, saudades do nosso tempo,de saudades de nós. 

Dores de Mãe

Após o parto, pensava frequentemente no dia que teria que me "separar" do meu pequeno S. Esse pensamento transformava-se numa angústia miudinha por imaginar as horas longe dele. O coração apertava-se e eu obrigava-me a pensar noutra coisa para desanuviar aquela nuvem negra que se começava a adensar nos meus olhos. É certo que até recentemente não tinha emprego, pelo que (apesar de todas as dificuldades inerentes a tal) era relativamente fácil esquecer o assunto com um simples - Deixa-te disso, nem trabalho tens!!!.

Mas felizmente uma estrelinha brilhou e o emprego apareceu e com ele trouxe o sofrimento da "separação". Forte por fora como só eu sei ser, por dentro estava desfeita em pedacinhos bem pequeninos. As horas de separação iam ser (são)  tão longas (sempre mais de 12h); sem oportunidade de adaptação para mim nem para ele; sem horário reduzido para amamentação; de uma só vez. "Então preparada para o início do trabalho? Agora é que vais ver o que custa..; Claro que sim, não é a primeira vez que vou trabalhar, tenho 6 anos de bagagem..". Mas agora tinha o meu coração noutro sítio e ia deixá-lo! E sim, ia custar e muito, era escusado estarem constantemente a relembrar-me isso, qual seta que atiça a ferida.

No primeiro dia doeu (ui se doeu). A falta do cheiro dele, do riso dele, dos abraços e dos beijos lambusados, dos sons para chamar a atenção. As birras para dormir e o encostar da cabeçinha no meu peito quando quer um miminho mais. A falta dele. As saudades dele... Para quem não é pai nem mãe, ler sobre saudades que até nos provocam dor, pode parecer completamente absurdo. Mas chegamos a sentir mesmo dor física, um aperto no peito que aumenta de intensidade à medida que o tempo de separação aumenta. 

Passadas 13h30 cheguei a casa. Bastou ouvir a minha voz para começar aos saltos. O pai desceu com ele e quando me viu riu, e riu, dava pulinhos de alegria, saltava para o meu colo, apertava-me e ria muito. E eu chorava, enquanto o agarrava; enquanto o apertava e cheirava; enquanto aos poucos ia diminuindo a dor no peito.

Ficámos assim, agarrados um ao outro, a matar saudades um do outro. Cada vez que me afastava, virava-se para todos os lados, fazia beicinho, procurava-me. Só queria o meu colo, o meu abraço, o meu aconchego. Foi assim até cair num soninho descansado.

Quando somos mães, não estamos preparadas para estas situações de separação. Eu diria mesmo que, quando somos mães, nunca estamos preparadas para qualquer situação que nos separe dos nossos bebés. Mas como diz a minha amiga do coração, a vida dos crescidos é mesmo complicada e para lhes darmos o mínimo, também temos de nos afastar deles. Mesmo que tal nos faça sofrer. 

A gravidez (atrás da lente!)

O inicio do "nada mais será igual" deu-se através da lente da fantástica, simpática e carinhosa Joana Patita. A sua capacidade para nos colocar à vontade mostrou-se logo de inicio e bastaram alguns minutos para que conseguíssemos fotos fantásticas. Talento natural, diria eu, para alguém que fotográfa por paixão e por hobby e que o faz tão bem.

Queríamos fotos em que pudessemos ser transportados para o momento em que as tirámos. Sentir a mesma brisa fresca, os raios de sol na face. Ouvir os sons dos meninos que brincavam. As nossas gargalhadas. Sentir o nosso coração acelerado da emoção e da alegria que estávamos a sentir. Nós os 3, para a eternidade, nestas fotos que tanto nos dizem e que tanto amor nos trouxeram. E conseguimos.

Obrigada querida Joana. Ficarás para sempre no nosso coração. 

 

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Projecto de vida

Tenho a certeza que nasci já a pensar em ser mãe. Dito isto, as pessoas podem pensar que enlouqueci, mas o meu desejo de ter filhos sempre foi tão forte, que qualquer criança, qualquer bebé, qualquer grávida, rapidamente me arrancava sorrisos e lágrimas. De emoção. De ansiedade. O meu relógio biológico começou a trabalhar tão, tão cedo.

 Quando casei aos 24 anos, pensei que daí a engravidar seria um pulo pequenino. Eu tinha o meu trabalho, o F. tinha o trabalho dele. Ambos certos. Ambos por muito tempo (pensávamos nós). Mas é quando alinhamos tudo para seguir em frente, que a vida nos mostra que, planos a muito longo prazo nunca são bons. É quando pensamos que estamos no caminho certo, que a vida nos diz que tem outros planos para nós.

Claro que numa análise mais fria das vidas humanas, (quase) toda a gente costuma dizer: oh, por mais que se espere pelo tempo certo, pelo emprego certo, pela idade certa, nunca chegamos ao "certo", pois não há uma hora certa para ter filhos. Nós não estávamos mesmo na hora certa e o nosso plano de vida foi adiado. E adiado. E ainda mais adiado. 

Mas os 29 estavam à porta, sendo que com 9 meses de gravidez, se me atrasasse muito, seria mãe depois dos 30. E esta matemática traiçoeira, que nos arrebata o coração e o cérebro, começou a criar em mim uma ansiedade acima do normal. E se não conseguíssemos? E se houvesse alguma incompatibilidade conosco? E se por estarmos envoltos em tanto stress, dificultasse o processo? Conhecemos tantos casais que passaram por isso.. e sabemos tão bem o que eles sofreram..

Não queria pensar assim. Falámos os dois. Eu e ele. E combinámos - nada de ansiedade, nada de pressão, nada de contar a toda a gente o que estamos a planear. Quando calhar, calhou. Quando ficar, ficou. Mas assim ninguém nos questiona com aquelas perguntas incomodativas e insensíveis. E eu queria pensar assim. Com calma. Sem stress. Sem ansiedade. Com confiança de que quando fosse a altura ideal, ela chegaria. Mesmo que o caminho fosse longo.

Mas o caminho não foi longo. Foram 2 meses que nos levaram ao auge da nossa felicidade.

Após 2 testes de gravidez, foi a consulta que nos arrebatou quando ouvimos aquele coraçãozinho acelerado. As lágrimas caíram. O silêncio e os sorrisos trocados entre nós transmitiam felicidade e irradiavam o nosso rosto. Estava ali o nosso propósito de vida. E só tinha pouco mais de 5cm.

A partir daquele momento, nada na vida iria ser igual. Será muito melhor. Pois agora somos 3. Eu, o F. e o nosso "coração fora do peito". 

O regresso.

Bem sei que faz imenso tempo que não escrevo. Poderia dar imensas justificações sobre o porquê, mas o que está para trás, lá ficou. E agora tenho fé e esperança que um novo horizonte se avizinhe para nós. Acredito que o sol vai brilhar, mesmo que seja tímido de iníco, mas havemos de vencer.

E eu necessitava mesmo deste regresso. 

Uma memória bem presente!

 

 

Após o dia das grandes emoções, várias são as vezes em que somos assaltadas pela necessidade de voltar a reviver o dia mais intenso, mais completo, mais feliz das nossas vidas.
Muitas de nós, olha, vê, revê imagens, fotos, pedaços que preencheram todo o nosso dia.

Eu passo constantemente por esse caminho. A dificuldade em escolher qual da foto que gosto mais. Qual ficaria melhor nesta moldura? E nesta? E naquela?

 

Algures no mês passado, a mãe perguntou: "não vais comprar um quadro com uma foto vossa, em grande?" "Credo mãe, claro que não.. Um quadro como vocês compravam para colocar atrás da cama? Nem pensar.." Como eu estava enganada.


Há pessoas que têm este dom de nos fazer ver a vida com outros olhos, e de conseguir dar um efeito magnífico até ao mais cinzento dos cenários. E é sobre isso que venho partilhar convosco a minha alegria do dia de hoje. O dia em que vou receber a presença assídua de algo na minha sala. Algo que com toda a certeza me irá arrancar um sorriso todas as manhãs, e me irá transportar para o sentimento de felicidade que me preenchia o peito e o coração.

 

Obrigada Mi (http://inside-decoracao.blogspot.com/) por toda esta dedicação e empenho em tudo o que fazes. Obrigada por toda a paixão que colocas em cada objecto e que nos faz ansiar sempre por mais e mais. Até não haver mais paredes lá em casa.

 

Ps: Estou com uma dificuldade acrescida! Qual delas escolho?? Uma ajudinha please.... :)