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Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Entre o Aqui e o Ali..

A vida faz-nos querer estar em muitos sítios. Ansiamos por amanhã mas desejamos ser ainda ontem.. Queremos ficar aqui mas ao mesmo tempo que sonhamos já estar ali... É a incerteza que nos conduz pela estrada, cheia de curvas, até ao futuro!!

Juro que às vezes me apetece apertar o pesçoço a alguém

Se há coisas em que sou muito boa a respeitar é prioridades, filas, número de ordem. Se não gosto para mim, não faço para os outros. Respeito quem está à minha frente e quem está atrás de mim.

Mas eis-me diariamente deparada com os Chicos-Espertos da A2, que se metem na faixa da direita como se fossem para Almada e que vão andando/ultrapassando a fila até se enfiarem num qualquer espaço deixado por um condutor desatento, à frente de centenas de carros aguardam pacientemente na fila (por vezes durante horas).

Confesso, rogos-lhes pragas (diarreias, dores no sítio corporal que mais gostem, comichão no traseiro, principalmente pragas como a da cigana " que te dê uma dor, quanto mais corras mais te doa, se parares que rebentes"), apito sonoramente e juro que às vezes me apetece sair do carro e apertar o pescoço aquela pessoa invasora.

Detesto pessoas que se acham importantes, que se acham o máximo da inteligência e da perspicácia (eheh, aqueles parvos já ficaram todos para trás e eu passei-lhe à frente num espaço de minutos). Detesto pessoas que não respeitam o próximo. E a essas pessoas (principalmente às 7h da manhã) eu era capaz de muita coisa, inclusive oferecer-lhes um aperto de pescoço!

Sim, hoje sou uma pessoa má! E revoltada..

Miminhos da MI

A minha Mi. sempre teve o dom de, para além de nos aquecer o coração, fazer-nos derramar lágrimas de emoção e alegria. Atenta por natureza, consegue trazer ao de cima o melhor de nós. Os sorrisos e a alegria junto dela são uma constante. A sua capacidade de olhar bem fundo de nós e perceber o que nos vai na alma. O que gostamos ou não. O que nos deixa radiante.

E desta vez não foi excepção. Ela sabe e conhece a paixão que temos pelo nosso pequeno príncipe e o quanto a nossa gravidez foi desejada, acarinhada e planeada. Pediu-me umas fotos para um projecto de natal, novas ideias, novas prendas para agradar os que mais amamos. E quando vi o resultado, deste lado do computador não consegui evitar que a lágrima me caísse pela face. É por conseguirmos tão facilmente tocar o coração uma da outra, que a distância não diminui a nossa amizade. Que mais dizer senão... Obrigada!!

O Natal está a chegar e, com o seu jeito mágico para trabalhar tudo o que é imagens, fotografias, criar ilustrações, design's, consegue através de umas simples fotos cheias de amor e ternura, criar toda uma panóplia de coisas fofas, deliciosas. Diria mesmo mágicas. Aqui poderão ver que tenho razão. Mas encomendem novas para vocês, porque estas já são para mim ;) 

Deixo-vos o site http://www.wicdesign.com/ e a página do facebook WIC . design | by míriam gil para se poderem "perder" no mundo da minha Mi.

Na gravidez

Não posso dizer que tive uma gravidez muito complicada (nervosa talvez), excepto na parte final. Tirando a queda das escadas às 21 semanas e a azia desde muito cedo, até às 36semanas nunca tive problemas de maior. Mas o aproximar das 37 semanas trouxe-me a minha maior preocupação.

A comichão no corpo já me atacava nos últimos dias, mas na consulta de rotina tinham-me dito que era normal na gravidez: o aumento do volume sanguíneo, a circulação mais condicionada devido ao aproximar do final da gravidez poderiam levar-me a ter esses sintomas. Mas num domingo, após um passeio no fim de tarde na praia e durante o banho eis que as comecei a ver: bolhas (não eram borbulhas) de água no peito e muitas bem pequeninas dando o aspecto de uma erupção cutânea. Não pensei duas vezes e corri para o HSB - Urgências Obstétricas. Foi aqui o início de toda uma aventura. Iniciaram o procedimento habitual - triagem com a enfermeira, CTG e observação pelo médico. Mostrei as bolhas, medi a tensão, verificaram a temperatura, fiz CTG, fizeram-me o toque e foi aí que me pareceu que comecei a falar sozinha. Diagnóstico médico: pode ir para casa andar que ainda está atrasado; Dr. eu não vim cá com dores, eu vim cá devido a estas bolhas; Ah, isso é prurido gestacional, toda a grávida tem, tome banho com oleoban que isso melhora. Voltei para casa.

Não melhorou. No dia seguinte a proporção das bolhas tinha aumentado consideravelmente. Voltei ao HSB. Cheguei e o mesmo procedimento. Na triagem informei a enfermeira que já lá tinha estado no dia anterior e que o meu problema não era resolvido com CTG e toque's. Simpática, ela referiu que o CTG até convinha fazer para ver a movimentação do bebé, depois eu falava com o médico sobre o resto. Observação e repeti a mesma história. E ele disse-me: Vamos fazer umas análises e ver se o fígado está a trabalhar bem, pois podemos estar na presença de uma colestase gravídica (hãã??). Dizem-me por alto que, caso os valores estejam alterados, teríamos de antecipar o parto. Com os resultados, apesar de o valor estar ligeiramente alterado, não era justificação para todo aquele panorama que o meu corpo representava. Novo toque. Novamente para casa. Se me sentísse pior era para voltar. Nessa noite já não consegui dormir na cama. Lembro-me de tomar banho 3 vezes nessa noite e na noite seguinte. As dores na pele eram imensas, as bolhas cada vez maior, cada vez em maior número, espalhadas por todo o corpo - mãos, braços, tronco, cara, pescoço, o único sítio onde não havia era nas pernas e nos pés, a preocupação com o meu mais pequenino que estava cá dentro - e se o tiverem que tirar? Só tem 37 semanas. E se for grave? 

No dia seguinte disse passei no centro de saúde para a médica de família me ver - V. voltas já para lá, eles têm que te ver em condições, fazer análises, vigiar o bebé, assim é que não podes continuar pois apesar de todas estas bolhas darem a entender que é varicela, não têm o aspecto nem as características de uma varicela. E assim fui, pela 3ª vez para o HSB, para o mesmo procedimento. Mas desta vez, quando fui observada pela médica de serviço disse: não venho cá para me fazer toque's e não me vai fazer nenhum. Há 3 dias que venho para o hospital, não me dizem o que tenho e mandam-me para casa sem qualquer tipo de informação ou medicação. A médica percebeu o meu estado, fez-me mais análises - a tudo e mais um par de botas inclusíve aos anti-corpos da varicela - e mandou-me aguardar. Eram 22h quando nesse dia saí do hospital com os resultados das análises ligeiramente alterados (eu tinha algo a desencadear-me uma infeccção) mas nada de preocupante e os anti-corpos negativos (sabe V. esta análise só nos diz se você tem os anti-corpos, não nos diz se o que você tem é varicela ou não - boa! - mas vou tentar marcar-lhe uma consulta com o dermatologista para ele a ver!). No dia seguinte fui ao dermatologista no HOSPOR (se não ainda hoje estava à espera da consulta que a Drª me ia marcar) e o espanto da médica foi tal que chamou os companheiros de serviço - V. eu penso que isto seja um herpes gestacional, raramente vimos esta situação e tenho quase toda a certeza em como não é varicela. Leva uma receita de anti-estamínico e pergunta na sua obstetra se pode tomar isto por causa do bebé. E voltei para casa.

Essa noite foi passada sentada na beirinha da cadeira com os cotovelos em cima da mesa da cozinha. Só os cotovelos. E as palmas das mãos a segurarem a cabeça. Foi a pior noite. Mas no dia seguinte consegui dormir de manhã. Fiquei por casa, acredito que na esperança que tudo aquilo passasse ou que fosse apenas um sonho mau.

6º dia da saga e voltei ao HSB, mas antes já tinha feito novamente análises com a médica de família que após os resultados mandou-me novamente para o sítio onde ela achava que nunca devia ter saído. Pensei que em primeiro lugar deveria ir ter com a obstetra para ela me ver. Levei as análises e ela atendeu-me e disse-me que para além de os valores das análises não terem alterações relevantes, todo o meu panorama corporal indicava uma varicela atípica, que por sinal já se encontrava na fase de secagem das bolhas. Contudo, ela ligou para o HSB e pediu que chamassem um médico do departamento das doenças infecto-contagiosas para que ele me podesse avaliar. Pela última vez nessa semana entrei no HSB. Nova triagem. Novo CTG. Não houve toque. Sim, porque pela primeira vez nessa semana, era quase certo que o meu diagnóstico era varicela e a partir desse momento, mesmo já tendo passado a fase de incubação, o meu pequeno príncipe não poderia nascer. E aguentámos assim o retrocesso da varicela até às 40semanas. 

Prurido Gestacional. Colestase Gravídica. Herpes Gestacional. Afinal, era simplesmente Varicela (pura, dura, muito forte e com uma dimensão gigantesca).

Hoje não tenho estrias que me relembrem que por mim passou uma gravidez, tenho sim as marcas de cada uma das bolhas que me encheram o corpo. 

Cheira a mar

O título deste post poderia perfeitamente ser: há coisas que o dinheiro não paga; e há coisas que sem dinheiro não se compram.

Hoje, aproveitei que o sol deu o ar de sua graça e, enquanto fazíamos companhia ao rei que se deslocava para o trabalho, levei o príncipe a passear para apanhar vitaminas solares. Fomos os 3 a pé praticamente quase até à porta e depois eu voltei para trás. Eu a empurrar o carrinho. O príncipe já a dormir.

E foi nesta volta que senti algo que adoro (e que quando um dia eu sair daqui, vou sentir imensa falta): o cheiro a mar; o cheiro a maresia que nos entra pela alma e refresca. Pensei - realmente há coisas que o dinheiro não paga. Não paga este cheiro que nos transfere para outro lugar, que convida a que fechemos os olhos (inspira.. expira..inspira...expira) e que deixemos que a acalmia tome conta do nosso ser, enquanto os nossos sentidos auditivos absorvem os sons - as gaivotas; a criança que corre; os velhotes no muro; o mar que rebenta na areia. 

Há coisas que o dinheiro não paga - como acordar e adormecer com as ondas; acordar pela manhã e sentir a brisa fresca, suave e com cheiro intenso a mar; almoçar perante este azul brilhante e poder percorrer a marginal com o sol a aquecer-nos o interior até ao local de trabalho.

Sim há coisas que o dinheiro não paga. Mas há tantas outras coisas que sem dinheiro não se compram (e que são tão fundamentais). É por todas estas coisas que precisamos que, com toda a certeza, um dia sairemos daqui. Porque agora somos 3 (e queremos um dia ser 4.. ou 5.. ou 6..); porque é preciso encontrar a "carreira" que ficou perdida algures entre Lisboa e o Alentejo; porque a "troika" ainda não saiu cá de casa; porque o pequeno príncipe está em crescimento e os filhos trazem com eles duas consequências - viver com o coração fora do peito para todo o sempre e ter sempre uma carteira aberta.

É por estas coisas (e por tantas, tantas outras) que uma dia teremos que deixar aquilo que o dinheiro não paga, para podermos pagar com dinheiro aquilo que a vida exige. 

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Nunca parar...

 

Correr

 

 

E dado que queremos chegar a Setembro e fazer a meia-maratona, ontem foi dia de treinos.

 

12 Km de marcha rápida, numa bela tarde de segunda-feira. Sempre os dois, lado a lado. Com confiança de que o fim do esforço estava bem próximo.

 

E no final soube tão bem ver que fomos capazes de os fazer. E que vamos conseguir passar a Vasco da Gama em Setembro na meia maratona. Seja a correr ou a andar.

 

E vamos lá estar os dois com toda a certeza. Pois o objectivo é nunca parar..

 

Corrida Sempre Mulher

Dado que nos estamos a aventurar no mundo das corridas, nada melhor que participar na corrida Sempre Mulher.

 

Correr por uma causa. Correr pela ajuda ao combate do cancro da Mama.

 

E nós estivemos lá. E a S. também. E fizemos uma óptima prova. E foi lindo de se ver.

 

E o meu principe esteve lá, de garrafa na mão, sempre à minha espera {#emotions_dlg.heart}

 

 

Pequena

Desde pequena que sempre fui pequena. A altura nunca teve grande intimidade comigo, o que fazia com que ficasse sempre na fila da frente quando havia fotografias de grupo na escola - os mais pequeninos para a frente!!.

 

Aqui o problema apresenta-se com o facto de, ano após ano, a tendência nunca ter sido de grandes aumentos em direcção ao céu. Os centímos eram sempre bastante diminutos. Lembro-me da primeira vez que tirei o bilhete de identidade: 1,57m. Pensei - não é mau, dado que ainda sou uma "criança". Entretanto, passado uns anos, fui assaltada e roubaram-me a carteira. Já no novo BI a senhora disse-me - Tem 1,56m! (Não pode ser.. como é que diminuí 1cm??). Fiquei indignada, e pensei que a senhora do Areeiro me tinha enganado. Para quem é pequeno um centímetro faz toda a diferença.


Andei sensívelmente 8 anos ansiosa que chegasse o momento de voltar a mudar o BI. Tinha que haver maneira de voltar a mostrar que tinha 1,57m. Mas enganei-me, e pior que isso foi mesmo o facto de ter que reconhecer que a senhora do Areeiro não me tinha enganado e que eu sou mesmo pequena. Mentalizei-me, mas confesso que cada contacto próximo com uma qualquer máquina de medição de altura dá-me calafrios. E apesar de muito frequentemente ouvir em tom de brincadeira - Rodas baixas.. Baixota..Pequenina.. - a verdade é que há muito que uma destas palavras não me sabia tão bem ouvir.

 

No outro dia a D. Rosália da roupa referiu-se a mim desse modo, e ontem voltou a fazê-lo. E por incrível que pareça soou tão bem - A pequena! Soube bem porque apesar de já ser uma mulher casada; com (quase) 26 anos; com trabalho e responsabilidade de adulta, continuo a sentir-me pequena. Pequena em tamanho. Pequena no mundo de gigantes que me rodeiam. Porque continuo a gostar de imaginar que ainda consigo em certos momentos voltar a ser aquela criança pequena cheia de vida e ambições, desejos e convicções, certezas e verdades.

Hoje queria voltar a ser pequena, e ficar na fila da frente, para mais uma fotografia de escola.